Amanda & André | Destination Wedding – Wedding Photographer Graciela Lindner

Eu adoro os chamados “Destination Wedding”. Eu casei assim, e casaria de novo… se me pedissem novamente em casamento, claro! ♪♫♬

Gosto, muito, muito, muito.

E o que realmente significa um “Destination Wedding”?

É quando os noivos escolhem um país ou uma cidade diferente da sua para realizar a cerimonia do casamento. Normalmente são cidades históricas ou praianas para criar um cenário bonito, uma cidade que tenha a ver com a história deles, um lugar onde os noivos tem alguma ligação (caso de descendência) ou, simplesmente, porque o acham tão especial que escolhem esse lugar para um dos dias mais importantes da vida deles.

O melhor dessa ideia é que colocam família e os amigos na “estrada”, e a festa começa a ser celebrada antes mesmo do dia do casamento! Ao invés de apenas um dia, eles vão vivenciar um fim de semana de festa, ou mais dias, dependendo da distância, junto aos noivos. Só pessoas mais próximas, e as mais importantes.

Nada do amigo do pai (ou mãe) de um deles. Nem aquele convite por obrigação. Nunca aquela vizinha que, se não convidar vai ficar chateada. Até mesmo o primo ou prima que não se vê há anos ou que nunca fez uma única chamada por telefone. Ninguém assim. Só quem realmente importa para os noivos.

Os “Destination Weddings” tem algo maravilhoso e que eu adoro. São tão intimistas que parecem jantares de família. Aqueles enormes jantares onde todo mundo senta junto, todo mundo fala junto, todo mundo discute por nada e todo mundo sorri por tudo.

E assim foi o casamento da Amanda e do André.

Todo mundo no mesmo hotel. Almoço antes da cerimonia. A noiva esperou pelo pai, que estava tão feliz que não parava de sorrir (por tudo). O noivo passou os últimos minutos de solteiro com os pais e os amigos. Deu para fazer retrato de todo mundo junto.

As mães falaram. Os amigos choraram.

E eu decidi fazer esse post com as palavras de uma delas… porque eu também chorei. Ali escondidinha atrás da câmera, lágrimas escorreram pelo meu rosto. Eu faço dela as minhas palavras. É exatamente assim que penso. No casamento e na vida.

Amanda e André, obrigada pela confiança, pelo carinho e por me deixar fazer parte desse enorme “jantar de família”. ♡

“Quando saí do meu mundo pequeno e protetor para constituir família e exercer a profissão, sempre pensava em mesas repletas e completas, em reuniões e eventos, onde a alegria e a degustação aproximaria filhos e amigos num ambiente acolhedor e animado.

Quando meu pequeno núcleo cresceu, imaginei a mesa posta, com os filhos e amigos dos filhos reunidos em conversas fugazes e descontraídas. Insisti para que todos abrissem espaço para essas pequenas delicadezas mesmo com as diferenças expostas e discutidas.

Às vezes estamos todos presentes.

Nem sempre é assim: há os ausentes, os presentes ausentes, os apressados, os silenciosos, os que não gostam do que está sendo servido, os que saciam a fome e vão dormir, e há sempre o telefone que parece atrair mais a atenção que o prato preparado para agradar paladares diversos. Mas… tenho certeza, que mesmo com as dificuldades e distância, vocês receberam, e estão hoje nos proporcionando este momento único.

É desse jeito, entre encontros e desencontros, conversas e silêncios, que vamos construindo nossas memórias afetivas. E não se trata de voltar para um passado sem coerência, pois as boas lembranças ressurgem quando fazem algum sentido no presente, nos trazendo emoções, raízes, leveza, ajudando-nos a viver melhor na sociedade em movimento, dando novo significado à nossa vida.

O que ficam são as escolhas que carregamos e com o tempo vamos descobrindo que nós somos a nossa maior bagagem. Esse tempo é a única certeza que existe. Não podemos detê-lo e ele passa levando de nós traços físicos, dinamismo e outros quesitos mais… Paradoxalmente é nosso aliado: acumula dezenas de anos, fazendo amigos em diferentes situações, registrando lembranças e, se leva o arrojo e a paixão da mocidade, deixa vagarosamente, sem que se perceba, a serenidade e o amor tênue do companheirismo de todas as horas. As diferenças continuam existindo mas são compreendidas e aceitas com benevolência.

Acompanharemos com vocês, André e Amanda, esse tempo correndo. Momentos menos e mais felizes. Por tal, nem sempre haverá taças e espumantes. Mas comemorem sempre, qualquer dia, em quaisquer horas.

Basta uma toalha xadrez, uma xícara de café quente numa mesa a dois, um olhar carinhoso, um doce gostoso… Um gesto, um olhar que diga apenas, estamos aqui.

Obrigada por este encontro, que será uma lembrança onde nela estaremos também.

Ana Maria”