Eu adoro puzzles.
Desde pequena.
Comecei com um pequeno, acho que tinha umas 100 peças e, com o passar do tempo, o grau de dificuldade foi aumentando, assim como o número de peças.
Uma das grandes incentivadoras deste meu “hobby” foi a minha avó. Lembro-me dela sempre dizer o quão importante era concluir o puzzle. Sem falhas.
“Graci, não podem faltar peças. Tens que concentrar-te, ter cuidado para não perder nenhuma, porque se isso acontecer, perdes todo o trabalho.”
Muitas vezes eu queria desistir. Estava cansada. Enjoava o desenho. Demorava horas para encontrar “a” peça que encaixasse. Mas a minha avó insistia: “o que começas, tens que terminar”.
“Você pode estar cansada, zangada ou decepcionada, agora. Mas lembre-se sempre do prazer que terá ao ver o quadro terminado. Olhará para o seu ‘trabalho’ e se sentirá orgulhosa de ter insistido, de se ter sacrificado. Não importa o tamanho, nem a importância, nem a beleza. Se começou, tem que terminar.”
E eu terminava. Terminava sempre.
O último puzzle que fiz foi na sua casa. Uma paisagem da Suíça. Montanhas nevadas. Não me lembro muito bem, mas devia ter umas 2.000 peças. Quando terminei, ela mandou fazer uma moldura e o quadro ficou pendurado em cima da mesa de jantar, durante todo o tempo que morou naquela casa. Passados uns anos, comecei a criticar o fato do quadro estar ali pendurado.
– Vó, porque não tira esse quadro daí?
– E porque haveria de tirar?
– Quem usa puzzles pendurados na parede hoje em dia?
– Graci, para mim importa muito mais o significado desse quadro do que a decoração em si.
– Ah é? E o que significa?
– Significa dedicação. Significa concentração. Significa esforço. Significa que fizeste o máximo para completar uma história. Você pode pensar que cada peça é só um pedaço do quadro. Eu penso que cada peça é uma parte da história desse quadro. Se faltasse uma delas, provavelmente não teríamos essa história para contar.
– Bom, a Senhora é que sabe. Eu continuo a achar que deveria trocar por outra coisa.
A minha avó era sábia. E tinha sempre razão.
Eu apenas demorava tempo para entendê-la. Algumas vezes pouco mas outras muito mais tempo. Mas ela sempre tinha razão.
Fotografar casamentos é como um puzzle. Com muitas peças que é preciso fazer em poucas horas.
Eu olhei para o casamento da Diana e do André assim. Um grande e maravilhoso puzzle. E ouvi minha avó repetir:
“Graci, se faltar alguma peça, não consegues contar a história.”
Quando a Célia, da Pratas Wedding Design me apresentou este casamento, eu comecei a pensar como organizaria este “puzzle”.
A noiva ia preparar-se em casa dos pais. O noivo no Palácio onde fariam a festa.
O casamento teria lugar numa pequena capela, ao lado do convento de freiras onde a noiva tinha estudado.
Logo após a cerimonia, depois de passar no convento, os noivos e os pais iriam subir de barco o Rio Douro até o Palácio do Freixo, onde teria lugar o jantar e a festa.
A decoração seria toda com balões. Exatamente, balões. Porque foi num balão que ela foi pedida em casamento.
Um Palácio. Um noivo que nasceu no dia de Reis. Uma noiva princesa. Uma história de amor. Um maravilhoso puzzle.
A minha avó era sábia. E tinha sempre razão.
Hoje ela diria que fotografar um casamento é como fazer um puzzle. Não pode faltar nenhuma peça. Nunca. Jamais.
Diana e André, obrigada. Pelo carinho. Pela confiança. Pelos sorrisos e abraços. Por me deixarem contar a Vossa história.
Venue: Pestana Palácio do Freixo, Porto (@pestanapalaciodofreixo)
Wedding Planner: Pratas Wedding Design (@pratasweddingdesign)
Bouquet: Isabel Castro Freitas (@isabelcastrofreitas)
Make: Make Up Your Moment (@makeupyourmoment)
Hair: Sofia Cabeleireiros (@sofia_cabeleireiros)
Dress: Nova Noiva Portugal (@novanoivaportugal)
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